Parte I
Éclatement
Ménades
Vieram comigo
Escorregar
Pelo corpo, o fino
feitiço
De desejo
Para esfumaçá-lo
E o esfumaçava
Com fluidos,
colágenos
E adereços
Embaraçados nos
dedos
Enquanto, do teto,
ouvia-se
Criaturas celestes...
Parte II
Déchaîner
Eu, preso no
espelho, vendo-me
Do lado de fora, de
mim
E Circe, da janela
Lua Nova
Escondia sua face
lá dentro
Do teto, os passos
Das lâminas, os
poucos feixes de luz
Com que os versos
desciam e entrecortavam
O parco sabor de
amor encantatório
No que eram
convertidas as falsas
Promessas mundanas
Ofereciam pedaços
de poesia
A cada boca sedenta
Enclausurada
Não podia deixá-la
entrar
Mas, embebia-me do
seu veneno
Que vinha do hálito
do vento
Espelhos quebrados
Demônios e anjos
Sem que eu soubesse
qual dos dois era eu
Apenas estilhaços
do olhar de Circe
Que refletiam
semiescuridão
O semi-sorriso
Das túrbidas bordas
- Danillo Macedo -
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