domingo, 18 de fevereiro de 2024

Reentrâncias

 

Sou uma alma cansada e me sinto bem na solidão

O silêncio é minha casa e vejo muito mais o vazio em toda esta multidão

Somos seres humanos passando por uma experiência espiritual

Mas porque também somos seres espirituais passando por vivências terrenas

A dúvida pode ser minha melhor opinião quando nada escuto

Mas se eu procuro a verdade nas concavidades

Eu me ilumino na escuridão...

Se tudo que é verdade é tudo que pode ser visto ou notado por algum sentido

Então quero perder todos os sentidos para que a verdade pura se estabeleça

A resposta do sábio pode estar nestas estúpidas inconstâncias...

Porque vem do mundo metafísico, vem das bordas, das suas reentrâncias...



By Danillo Macedo 

18/02/2024




 

 

sábado, 13 de janeiro de 2024

Sentimento e razão

 

 

Sentimento e razão

São dois irmãos siameses

Cérebros diferentes

Mas os mesmos desejos

E o mesmo coração

 

Ambos andam na mesma direção

Personalidades opostas

Mas se um tenta passar por cima do outro

Sucumbem ao fracasso

 

Quando logram comunicação

As decisões são sábias

Equilibradas

Contornam seus obstáculos

Reparam quaisquer danos

 

Ninguém pode gritar mais alto

Pois não podem trilhar diferentes caminhos

Sabem que ouvir é mais importante que falar

Se o sentimento não dá ouvidos à razão

Os danos podem ser irreparáveis

 

Decisões puramente racionalizadas

Perdem a cor e o encantamento

E a vida fica tão árida vazia de sentimento

 

Muitas vezes, o amor é mais importante que a razão

Mas, amar é também pensar e pensar é também amar

 

O Bem e o Mal moram na mesma casa

E o prazer é o amigo íntimo da dor

Vida e Morte casaram-se

E somos seus eternos convidados

 

Saber pensar e sentir é aceitar o convite da Vida

E vivê-la, ao mesmo tempo, com sabedoria e intensidade

 

O mundo tem perdido a razão para a imbecilização da consciência

São inúmeros os exemplos pelos veículos midiáticos ou pela Literatura

 

Vinganças machadianas

Precipitações como no caso drummondiano da Morte do leiteiro

A impassibilidade humana em Uma vela para Dario de Dalton Trevisan

A violência intestinal como nos contos de Ruben Fonseca

Como nos contos de terror de Horacio Quiroga

 

Fernando Sabino e sua crônica dramática

O homem que havia morrido de fome em pleno centro de uma cidade

Por ali passavam milhares de pessoas

 

Certa vez, li no jornal uma notícia cuja manchete dizia:

 “mãe assassinada a golpes de faca na frente dos seus três filhos pequenos”

 

Três crianças pequenas, na formação embrionária da consciência

Seres que sentiam, que teciam seus primeiríssimos pensamentos

Seres que tinham na mãe seu referencial de acolhimento, de amor

A sua “heroína”

Por mais cheia de defeitos que ela poderia ser

 

Não é novidade o esvaziamento da alma do outro para que se torne coisa

E, como coisa seja tratado

Ora para que seja escravizado, ora pelo embalo de outro sentimento detestável

 

Aquele que desumaniza, já se desumanizou

Aquele que coisifica, já se coisificou

Aquele que não vê a alma alheia, já perdeu a sua própria

Congelado num torpor que lhe esteriliza a razão

 

Em Vidas Secas, de Graciliano Ramos:

A secura dos seres os torna bichos ou coisas

Mas os bichos podem ter sentimentos mais afáveis que de seres (ditos humanos)

Assim, perde-se a razão e a capacidade de administrar os próprios sentimentos

 

                Alguns de nós conseguimos enxergar além do que vemos

                Desprendemo-nos da matéria orgânica presa pelas correntes do tempo físico

                Superamos a frialdade das substâncias mórbidas

                Animamos nossa própria desesperança

                Acendemos uma luz pálida onde impera a tépida escuridão

                Mesmo onde já se tem instaurado o lodo caótico

                Encabeçado pela desordem, incerteza e dor

 

                Sentimentos desordenados trazem a imbecilização da razão    

                Sem alguma companhia de sentimentos, a racionalidade pura nos sufoca

                Deve um acolher o outro, é uma vida de cumplicidade

                O Ser, pois, supera seu estado de coisa e restabelece seu estado de integridade

               

Onde houvesse amor com sabedoria, tudo floresceria

 

Ah, este, o Amor, de quem Platão já tão comentara em seu clássico O Banquete!

 

Este, que o mestre dos mestres tanto primou por nos exemplificar

 

Este que “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”

 

O Amor não tem sexo ou religião

Muitas vezes se sacrifica ao invés de sacrificar

Se, acaso falte conhecimento ou hesite a racionalidade

Este, o Amor, fortalece o estado do Ser

Faz-nos maiores e mais fortes que as tempestades

Enaltece o ser-pensante, porque recupera seu discernimento

E, por fim, traz de volta a luz, a vida...

E supera toda a angústia que quase nos coisificou!

 

 

By Danillo Macedo

Goiânia/Edéia, 13 de janeiro de 2024




sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Esterquilínio

 


Não me esforcei para determinar em fazer o que fiz e fazê-lo

Não foi por falta de dinheiro como Mário de Sá Carneiro

Converti-me nisto de cicuta ou cianeto

 

Na escrivaninha, somente livros

E uma substância letal

Pensei em tomá-la, mas certa vez vi uma barata estrebuchando no chão sob efeito desses entorpecentes entomológicos

Foi quase a paixão de uma epifania

Tal qual de G.H. com o pomo da barata e, não quis, enfim, ter um desfecho tão escatológico como o de Sá (ou o da barata)

 

O pai mantinha guardada uma FN Herstal calibre 7.65

O mesmo modelo usado por Gavrilo no assassinato de Franz Ferdinand e Sofia

Esta, sim, seria uma arma ideal

A um final digno de um moribundo de alma

 

Sêneca foi “suicidado”

Virginia Woolf se afogou (de propósito), enchendo o casaco de pedras e entrando num rio

Freud a salvaria, ou melhor, Lacan, pois Freud já estava morto

 

Eu teria, ao contrário, a morte digna de Hemingway e outros que o valham

 

Poderia cometer um crime passional, mas não sou desses que botam a culpa nos outros

 

A culpa era toda minha

Um coração condigno não pode embair-se com sentimentos quiméricos

 

Fui ao quarto de meu pai, pela manhã

Após tê-lo acompanhado até a saída

Sentei-me na cabeceira da cama (dele)

Chorei um choro seco

Pensando em tudo quanto poderíamos ter vivido

Abri o criado-mudo

Peguei a FN Herstal

Destravei-a

Coloquei a extremidade do cano contra o céu da boca

Levantei-me

Fiquei de frente para o espelho

Olhei-me nele por alguns segundos

E fiquei imaginando como seria meu cérebro espalhado pelo chão, pregado no espelho, na parede: uma cena de Hannibal

 

Refletir causa muita dor

Devanear é pensar sem rumo para se esquecer de qualquer coisa

Mas, a reflexão também dá rédeas à razão

Que criou uma corrente contra a exacerbação dos meus desejos

 

Excesso de encômios não equivale a demasiado amor

Senão a demasiado desejo

Isso pode ser bom ou ruim

Bom é fruir o gozo

 

Mas do lodo, fui Tântalo

De Orfeu, o grito oco

No limbo esquálido, fui Tarobá

 

Colecionamos frases do quanto não sabemos nada do amor...

 

Ela havia se entregue a um “amor” onfalópsico...

 

Crio amores neoplatônicos

E isso é coisa de bovarismo

Só que um bovarismo sem adultério

Ou sem o sexo hedonista do epicurismo

Isso é coisa que inventei...

 

Não precisei me matar

Eu já estava morto

 

Essas elucubrações em frente ao espelho

Fizeram-me voltar atrás

Elas próprias mataram aquele estouvado que eu chamava de “amor”

 

Que é isso de amor?

Que paira sobre o telhado aguado, mas não encontra pouso?

Que é isso de amor?

Que vive acorrentado pelos olhos, mas não deixa a luz acesa?

Que é isso de amor?

Que não sabe que horas são, mas lamenta por todos já terem ido embora?

Que é isso de amor?

 

Quis atravessar o espelho para alcançar o lado avesso de mim e limpar a sujeira por dentro

Mas não precisamos de espelho para tanto

Ele tenta, contumaz, nos proporcionar o que não vemos do lado de fora

Meus olhos não me veem face a face, não se veem

O espelho é só uma sombra que nos deforma

E nunca nos dá em reflexo precário o que realmente somos

Espelho da face são os olhos alheios

E ver a si mesmo por dentro vai além da física vulgar ou dos olhos dos outros

Vê-se pelo espelho do intelecto, da psique, do espírito

Este, por sua vez, reduziu-me a esterquilínio

Mas, das cinzas o metal precioso

O fogo só consome o que não é fogo e também o que é mais fraco que ele

Do esterquilínio vieram formas que não se decompõem

E, do esterquilínio, eu me recompus!



By Danillo Macedo




quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

O sinônimo de amar

 

O verbo amar não tem antônimo

Quem não ama, não ama, apenas isto

Não significa que odeia

Porque odiar nem sempre é ruim

Posso odiar o mal, a injustiça...

Assim como ter coragem não significa ser bom

Posso ter a coragem de fazer o mal

E temer a Deus não me faz medroso

Talvez o medo me faça cauteloso

Não há, a priori, sentimentos bons ou ruins

Mas, o controle bom ou ruim dos meus sentimentos

Sentir é sempre bom e quase sempre melhor que pensar

Basta saber sentir e saber pensar antes de agir

Quando olho para você, alimento-me do seu olhar

E quando a distância nos separa, o sentimento nos une

E ficamos mais próximos um do outro

Mesmo que muros sejam erguidos entre nossos corpos

As nossas almas se atraem

E confrontam o tempo e a matéria

Porque o amor não tem sinônimo

E se tivesse alguma coisa com que comparar

Seria aquele devaneio próximo ao que chamam de gozo

Que seria aquele prazer requintado ao pensar em você

Ah, se houvesse alguma coisa com que comparar...

Seria semelhante a quando me perco em seu olhar!

 

By Danillo Macedo

28 / 12 / 2023




domingo, 26 de novembro de 2023

Movência

 

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Somos a consciência física do momento presente

Não acessamos passado e futuro

A não ser pelos vestígios...

Vestígios que indicam para trás

Que excisam novos caminhos

 

Somos a consciência...

Mas uma movência há além de nós

Além da existência aparente...

Porque aquilo que não pode ser visto pelos olhos humanos não se corrói...

 

Ela tem forma de nuvem e gosto de amor

Às vezes, te ensina pelo prazer

Às vezes, te mostra o caminho da dor

 

Todo o mundo está na pupila de Deus

O embrião é o portão para a vida terrena

A infância é a materialização da alma

E morrer significa desnascer...

 

Quando o corpo vira um bilhete de despedida

Ou uma carta carregada de memórias

Quando a alma vira um sopro e os anjos a detêm

Embarcam num barco levado pelo vento

Pelas substâncias de que são feitas o Além

Então somos refeitos

Enquanto Ela permanece

Seu plano etéreo pelas coisas que fazem a Terra

E assim seguimos por eras e eras...

 

Somos a Consciência...

Somos parte desta Movência...

 

O sonho é o mais próximo do Paraíso

A Terra é o mais próximo do Inferno

Vivemos entre aquilo que é líquido

E aquilo que é sólido e eterno...

 

Na medida em que o tempo se desmancha entre os dedos

Como a areia que se desfaz

Temos sempre a oportunidade de fazer de novo

De pedir perdão, de seguir em frente, de encontrar a paz...

 

Sim, a Movência tem forma de nuvem

E gosto de abraço, gosto de Amor

Às vezes, ela te ensina com um sorriso

Às vezes, te mostra o caminho da dor!

 

 

By Danillo Macedo – 26/11/2023





 

 

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Os sete dias de um sonho divino

 


Minha leitura de meu poema narrativo filosófico, religioso, histórico, geológico, científico etc. Aos 15/11/2023 - Duração média: 7 minutos! Danillo Macedo: 




Quatro bilhões de anos permaneceu a Terra em silêncio profundo

Entre o fogo, a sombra, a morte, a névoa, o abismo e o vazio

Até que Deus percebeu que poderia dar nova forma ao mundo

Pensava Deus em quê e como fazê-lo

Justamente para fazer com perfeição

Por quatro bilhões de anos Deus planejou o Universo

Sim, Deus planeja, pensa e sente...

Mas, o tempo de Deus não é o tempo do Homem

Quatro bilhões de anos pensando, pensando, pensando...

Todo este tempo...

Excelente planejamento...

Deus: arquiteto do Universo, puro pensamento...

O tempo de vida humana, para Deus,

Tem a mesma duração de um espirro...

Deus não criou o dia em seis dias humanos...

Mas, em seis dias divinos...

Por cerca de 300 milhões de anos humanos Deus preparou a estrutura da Terra

Criou os primeiros seres

Procariontes, eucariontes

Artrópodes, moluscos

Anfíbios, peixes

Répteis...

Traçou na superfície terrestre os primeiros biomas aquáticos

Deu à Terra os oceanos e as suas primeiras bacias hidrográficas

A Terra ainda era sem forma e vazia

Mas, com toda a serenidade, Deus a fazia

Por milhões de anos humanos o espírito de Deus pairou sobre a face das primeiras águas

Conforme as horas divinas passavam, Deus espalhava sobre a Terra os primeiros seres viventes

Desde o inseto mais inócuo, até os monstros marinhos ou as serpentes

Distribuiu sobre a Face da Terra os diversos ecossistemas

Tanto quanto as estrelas governantes da Noite, quanto o Sol, o grande astro, rei, imperador do Dia

Assim criou reinos como os Plantae e Animalia...

Assim criou seus filos, classes, ordens, famílias, gêneros...

Cada qual com o poder da multiplicação e preservação da própria espécie...

Assim, passaram-se quase seis dias divinos completos, que equivalem, na verdade, a um pouco mais de 600 milhões de anos humanos

Até então, não criara Deus, o ser humano, antes que terminasse o sexto dia divino, para que fosse o governador de toda a sua criação

Aquele que, caído no enlevo da sobranceria, fez culminar milhares de narrativas de origem da Existência

Sobretudo aquelas do pecado, da tentação, que atravessaram as gerações humanas, as diversas civilizações

Que fez Cabral achar que os indígenas não tinham pecado por estarem nus

Que fez Machado supor que, caso não houvéssemos corrompido o plano original da criação divina, nasceríamos já deificados...

Que fez Platão propor que a alma é a vida divinizada num corpo “animado” por ela enquanto dela, mas cujo magma está no espírito eterno cuja substância é a mais próxima possível daquela do mundo das ideias...

Na tradição védica, este magma levaria, após uma vida de respeito ao Dharma

Ao último dos “purusharthas”

À libertação do “Sansara”: do eterno ciclo de morte e reencarnação

O grande “Moksha”

O que seria, de Cristo, a plena Salvação

Sim, um dia divino equivale a cerca de 100 milhões de anos humanos...

O dia divino da criação do Gênesis abrange, na verdade, dentro de éons, longas eras, períodos e épocas...

Se Deus criou o mundo, e o Homem, no crepúsculo do seu sexto dia, posto no mundo sob a condição de não pecar, tendo pecado,

Deus haverá de recriá-lo...

E, assim, estamos vivendo dentro do pensamento de Deus...

Somos personagens do pensamento divino que, neste momento, cogita novas criaturas, para novas eras...

Dinossauros são seres do período de planejamento divino da criação da Terra

Em um período anterior ao sexto dia etéreo de criação da espécie humana

Há cerca de 1,8 milhão de anos humanos atrás, surgiu o Homem

Na tardinha do sexto dia divino

Diz a Bíblia que, no sétimo dia de toda sua criação, Deus descansou

Eu diria que estamos no meio da noite do sexto dia e que o sétimo dia, ao findar de 600 milhões de anos, ainda não chegou...

A narrativa do Gênesis seria, portanto, essencialmente enigmática, parte profética, parte metafórica

Porque o Homem não apenas pecou, ele segue pecando...

Segue lançando-se sobre a “árvore” do conhecimento do Bem e do Mal

O que significa lançar-se sobre seus próprios instintos pueris...

O Homem não foi condenado ao trabalho extenuante, ele segue colina sisífica acima, trilhando sua própria estrada cujo destino é sua destruição...

Quando, enfim, a última Noite, a do sétimo dia, chegar, a Terra terá cumprido seu ciclo de 700 milhões de anos humanos...

Que terão sido os sete dias de um sonho divino!

 

By Danillo Macedo





 

 

terça-feira, 10 de outubro de 2023

Somos todos miseráveis

 E ponde na cobiça um freio duro,

E na ambição também, que indignamente
Tomais mil vezes, e no torpe e escuro
Vício da tirania infame e urgente;
Porque essas honras vãs, esse ouro puro,
Verdadeiro valor não dão à gente:
Melhor é merecê-los sem os ter,
Que possuí-los sem os merecer.
Canto IX – estrofe 93 de Os Lusíadas, de Camões (1572)


Existe uma linha que nos separa
Entre o eu e o tudo
O eu, massa informe
O tudo é a esperança da forma

Estamos verdadeiramente separados
De tudo o que está fora de nós

Frequentemente, imaginamos possuir alguma coisa
Insistentemente, desejamos tudo
E, quando finalmente nos enganamos
Porque nos é declarada a posse
Um dinheiro trocado por algo
Dinheiro que inventamos
Uma palavra dada
Um registro feito
Regozijamo-nos
A ilusão das coisas fora de nós

O carro que achamos ter
A casa que achamos ter
O cargo que achamos ter
O tempo reivindica para si
Não sei se percebemos
Nada nos pertence
Antes de o último fio desatar a existência

Tentamos, lutamos, choramos, gritamos...
Mas que droga ser tudo em vão!
Pois tudo está fora de nós...
E tudo o que está fora de nós só existe em forma de sonho
De vapor acústico
De uma sensação enganadora
Que se enrola nas entranhas do pensamento
E sopra as aparências das coisas

Somos todos miseráveis
E não possuímos, absolutamente, nada...
Peregrinos de uma estrada sinuosa
Desejamos ter, nos angustiamos
Fazemos tolices
Temos, nos angustiamos igualmente
Pois é natural a sensação de não ter, mesmo tendo...
Pois achamos que temos
E sempre nos enganamos
Por nós e pelos outros

Criamos expectativas sublimes
Fazemos falsas promessas
A nós, e aos outros...
Não porque não sabemos prometer
Senão porque todas as promessas são falsas!
Pois todas as posses são falsas!
Fora de nós...

Nasce uma grande deformação do ser 
O homem que mata para matar a angústia de não ter
Ainda não tendo, mata outra vez, até à própria morte...

Odiamos, guardamos rancor e sentimentos de vingança
Sobre aqueles que mentiram para nós
Mas, mentimos o tempo todo!
Para todos
Para nós...

Nada temos
Senão a esperança de uma alma (perfeita) ...
Enquanto houver angústia, haverá vida e esperança
Essa amante cruel que devora seus parceiros

A morte vem para todos
Iludidos e desiludidos
Nada temos...
Somos todos miseráveis...

by Danillo Macedo

P.S.:  Filipenses 3: 19 a 21
…19 O fim dessas pessoas é a perdição; o deus deles é o estômago; e o orgulho que eles ostentam fundamenta-se no que é vergonhoso; eles se preocupam apenas com o que é terreno. 20 No entanto, a nossa cidadania é dos céus, de onde aguardamos com grande expectativa o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, 21 que transformará nossos corpos humilhados, tornando-os semelhantes ao seu corpo glorioso, pelo poder que o capacita a colocar tudo o que existe debaixo do seu pleno domínio.



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